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sábado, 2 de outubro de 2010

Relógio de Água





O Relógio de Sol apresentava desvantagens: só funcionava no período diurno e em dias ensolarados. Essa dificuldade fez com que se procurasse novas formas de medir o tempo.
Observou-se que um líquido em um reservatório, ao vazar por um pequeno orifício, mantinha uma certa regularidade. A partir desta idéia, criou-se, então, o Relógio de Água ou Clepsidra (do grego: kleptein – roubar; hydor – água). Esses relógios constituíam-se por dois recipientes, marcados com escalas uniformes de tempo, dispostos de forma que a água pudesse escoar, por gotejamento, de um para o outro. Um flutuador (bóia) auxiliava as leituras temporais. Esses relógios não eram muito precisos, devido à variação da temperatura que alterava a viscosidade da água, tornando o fluxo irregular.
A Clepsidra foi muito usada nos tribunais greco-romanos para limitar o tempo de fala dos advogados, donde provêm as expressões latinas “Aquam dare”, que indica ao advogado o tempo de falar, e “Aquam perdere”, que denota o tempo perdido. Nos tribunais gregos, a Clepsidra era dividida em três partes iguais: a primeira, destinada à acusação, a segunda, à defesa e a terceira, ao juiz. A Clepsidra permanecia “parada” durante o depoimento das testemunhas.
Sabe-se que, por volta de 1400 a.C., os egípcios já utilizavam Relógios de Água. No entanto, documentos da época do reinado do Imperador Hoang-Ti, cerca de 2679 a.C., dão indícios de que os chineses já conheciam e usavam a Clepsidra. Platão, na Grécia, por volta de 400 a.C., cita a Clepsidra em seus escritos: “Estes são escravos de uma miserável clepsidra, ao passo que aqueles são livres e estendem seus discursos tanto quanto quiserem”, referindo-se a filósofos serem bem mais felizes que oradores. Uma Clepsidra muito famosa foi a de Ctesíbio de Alexandria (cerca de 270 a.C.), considerada a precursora do “relógio cuco”, pois possuía mecanismos movidos a água que operavam alavancas e peças automáticas, como sinos, pássaros canoros e bonecos movediços.
A Clepsidra teve grande uso também na Astronomia e na Medicina. Herófilo (325-270 a.C.), grande anatômico da Antigüidade, após ter comprovado o sincronismo do pulso com os batimentos cardíacos, usou a Clepsidra para medir as pulsações. Herófilo e Erasistrato (neto de Aristóteles) fundaram a Escola de Medicina de Alexandria, na qual desenvolveu-se Clepsidras de grande precisão.
Ao ser levada para Roma no ano 157 a.C., por Scipião Násica, a Clepsidra tornou-se conhecida e usada pelos principais núcleos da civilização pré-cristã.

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