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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Relógio de Areia (Ampulheta)



Um dos diversos instrumentos que o homem concebeu para medir o tempo foi a ampulheta. Também conhecido por relógio de areia, a sua invenção é atribuída a um monge de Chartres, de nome Luitprand que viveu no século VIII. No entanto as primeiras referências deste tipo de objecto aparecem apenas no século XIV. È formada por dois cones ocos de vidro, unidos pelo gargalo, de modo a deixar passar a areia de um para outro num determinado intervalo de tempo, através de um orifício. Para proteger o conjunto era usada uma armação de madeira ou latão. Mais tarde as ampulhetas foram feitas de uma só peça de vidro com um orifício para passagem da areia.
A areia usada nas ampulhetas podia ser branca ou vermelha, desde que fosse fina, seca e homogénea. Além de areia podia-se também utilizar cascas de ovo moídas, pó de mármore, pó de prata, e pó de estanho misturado com um pouco de chumbo. Este último, aconselhado para as ampulhetas de 24 horas. A vida a bordo era regulada por este instrumento. Existiam ampulhetas para tempos de uma, duas ou mais horas, mas as mais usadas eram as de meia hora, também conhecidas por relógio. Ao virar a ampulheta, o marinheiro tocava o sino: uma badalada às meias horas e pares de badalada correspondentes a cada quatro horas. Um par à primeira, dois à segunda, etc.

O acerto era necessário e fazia-se com o astrolábio ao meio-dia, através do sol, quando o tempo o permitia. No século XVI, os relógios mecânicos iniciavam a sua história. Esses relógios não tinham ponteiros e não mediam minutos ou segundos, pois para esse fim, usavam-se as ampulhetas. Apenas no final do século XVI, quando Galileu Galilei associou o princípio do pêndulo ao relógio, os minutos e segundos começaram a ser marcados mecanicamente. A partir do fim do século XV, foram feitos os primeiros relógios portáteis, que, ao menos em teoria, poderiam solucionar o problema de medição do tempo em alto mar.


sábado, 2 de outubro de 2010

Relógio de Água





O Relógio de Sol apresentava desvantagens: só funcionava no período diurno e em dias ensolarados. Essa dificuldade fez com que se procurasse novas formas de medir o tempo.
Observou-se que um líquido em um reservatório, ao vazar por um pequeno orifício, mantinha uma certa regularidade. A partir desta idéia, criou-se, então, o Relógio de Água ou Clepsidra (do grego: kleptein – roubar; hydor – água). Esses relógios constituíam-se por dois recipientes, marcados com escalas uniformes de tempo, dispostos de forma que a água pudesse escoar, por gotejamento, de um para o outro. Um flutuador (bóia) auxiliava as leituras temporais. Esses relógios não eram muito precisos, devido à variação da temperatura que alterava a viscosidade da água, tornando o fluxo irregular.
A Clepsidra foi muito usada nos tribunais greco-romanos para limitar o tempo de fala dos advogados, donde provêm as expressões latinas “Aquam dare”, que indica ao advogado o tempo de falar, e “Aquam perdere”, que denota o tempo perdido. Nos tribunais gregos, a Clepsidra era dividida em três partes iguais: a primeira, destinada à acusação, a segunda, à defesa e a terceira, ao juiz. A Clepsidra permanecia “parada” durante o depoimento das testemunhas.
Sabe-se que, por volta de 1400 a.C., os egípcios já utilizavam Relógios de Água. No entanto, documentos da época do reinado do Imperador Hoang-Ti, cerca de 2679 a.C., dão indícios de que os chineses já conheciam e usavam a Clepsidra. Platão, na Grécia, por volta de 400 a.C., cita a Clepsidra em seus escritos: “Estes são escravos de uma miserável clepsidra, ao passo que aqueles são livres e estendem seus discursos tanto quanto quiserem”, referindo-se a filósofos serem bem mais felizes que oradores. Uma Clepsidra muito famosa foi a de Ctesíbio de Alexandria (cerca de 270 a.C.), considerada a precursora do “relógio cuco”, pois possuía mecanismos movidos a água que operavam alavancas e peças automáticas, como sinos, pássaros canoros e bonecos movediços.
A Clepsidra teve grande uso também na Astronomia e na Medicina. Herófilo (325-270 a.C.), grande anatômico da Antigüidade, após ter comprovado o sincronismo do pulso com os batimentos cardíacos, usou a Clepsidra para medir as pulsações. Herófilo e Erasistrato (neto de Aristóteles) fundaram a Escola de Medicina de Alexandria, na qual desenvolveu-se Clepsidras de grande precisão.
Ao ser levada para Roma no ano 157 a.C., por Scipião Násica, a Clepsidra tornou-se conhecida e usada pelos principais núcleos da civilização pré-cristã.